domingo, 6 de abril de 2008

vendendo automóveis - Discurso eficiente exige corpo alinhado

Discurso eficiente exige corpo alinhado
OUTROS - sábado, 5 de abril de 2008 00:00( http://www.gazetamercantil.com.br ) 5 Visitas
Comunicar-se bem não é apenas dominar a fala. Grandes executivos da atualidade perceberam que, além da voz, precisam estar atentos à pronúncia, à entonação, às pausas, ao contato visual, e, mais do que isso, à sua expressão corporal. O domínio do próprio corpo pode ser usado a favor de uma atitude comunicativa eficiente, ou seja, um executivo que possui um 'discurso corporal' coerente com o discurso falado, consegue maximizar seu potencial de comunicação. 'Em uma reunião importante, ganha o executivo que estiver com a coluna alinhada. Isso mostra que ele tem uma postura forte politicamente.' A frase é de Camila Vinhas, bailarina, personal dancer, pesquisadora da reestruturação corporal e criadora do Encontro Internacional de Contato-Improvisação de São Paulo. 'Consciência corporal concede confiança a um gestor', assegura. Camila explica que nunca é tarde para começar. 'Um executivo com mais 50 anos e um histórico de sedentarismo pode muito bem fazer uma reconstrução de seu alinhamento corporal', diz a personal, que é chamada até mesmo por profissionais que querem resolver problemas relativos à timidez. Um de seus alunos a contratou na ocasião em que preparava uma série de entrevistas coletivas. 'Ele havia preparado vários discursos, mas tinha problemas de dicção e também timidez, advindos da sua postura corporal', conta. O trabalho que Camila faz 'mexe' com a bacia do aluno, a cintura escapular, os braços e as mãos, além de ombros e respiração. Além disso, ela aplica o 'toque de osso', que promove a reestruturação corporal. 'Há um toque de coluna que parte da ideokineses [técnica que tem como base a consciência corporal], ou seja, mapeio sensorialmente a coluna por meio de um toque de osso. O paciente começa a ter a sensação física da própria coluna', conta. Um de seus alunos diz que o trabalho tem contribuído para diminuir o estresse na empresa. 'Minha experiência mostra que eles conseguem dormir melhor e mais profundamente. Claro que, assim, têm mais disposição para resolver problemas difíceis no dia seguinte', expõe Camila. Paulo Cesar Pascotini, gerente-geral do Banco do Brasil em São Paulo, é um executivo que não dispensa aulas de condicionamento físico para adquirir consciência corporal. 'A mensagem é passada por meio da fala e do corpo, não podemos nos esquecer disso', observa. Izidoro Blikstein, professor de comunicação estratégica na Fundação Getulio Vargas, titular de lingüística e semiótica da Universidade de São Paulo e autor do livro Como falar em Público, diz que este tipo de trabalho é essencial para que um executivo tenha alinhadas suas expressões vocais e corporais. 'Muitos parecem ter se esquecido do próprio corpo. Não têm autopercepção. Isso faz com que não tenham autocrítica', discorre. 'Qualquer incoerência entre voz e corpo gera ruídos na comunicação. Cacoetes corporais são horríveis e muitos empresários não os percebem', diz. Ele conta que, recentemente, viu em um jornal uma reportagem em que um executivo fora fotografado tampando o nariz, enquanto dizia que tudo ia bem na sua empresa. 'A mensagem final da reportagem era de que ele estava em franca contradição', exemplifica.Blikstein ainda observa que o ato de falar é resultado de um esforço do corpo todo e que um bom discurso passa, inevitavelmente, por uma atenção ao corpo. 'A consciência corporal contribui para que um indivíduo se destaque', observa. O semiólogo ainda garante que o vestuário também faz parte da expressão corporal. 'Da sola do sapato ao fio de cabelo, um executivo tem que estar atento', afirma. 'Ele pode se mostrar elegante ou grotesco. Vai depender da percepção que tem ou não de seus gestos', sentencia. [Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 9][Alexandre Staut]

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