quinta-feira, 17 de abril de 2008

Governo não pensa em limitar prazo para compra de automóveis, diz Mantega

Governo não pensa em limitar prazo para compra de automóveis, diz Mantega
Ministro da Fazenda diz, porém, que há preocupação em estimular investimentos.Governo quer que crescimento econômico continue equilibrado no futuro, diz ele.
Alexandro Martello Do G1, em Brasília
ALTERA OTAMANHO DA LETRA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou nesta segunda-feira (24) que o governo esteja pensando em estipular um prazo máximo para a concessão de empréstimos para alguns setores que crescem muito rápido, como, por exemplo, a aquisição de automóveis pela população.

"Não estamos pensando em estabelecer limites para os prazos de financiamentos", disse ele. Mantega negou que tenha dito anteriormente, em entrevista à imprensa, que o prazo ideal para financiar a compra de veículos seja de até três anos. "Só falei que 80 ou 90 prestações talvez seja um número grande. Expus a preocupação de que prazos muito longos poderiam ser evitados", disse o ministro.

Mantega confirmou, porém, que se reunirá na próxima quarta-feira com representantes dos bancos para tratar do crédito para a compra de veículos. "Se o setor financeiro me disser que tem segurança nesses créditos, que eles são feitos com sustentabilidade e que tem capital para bancar essa alavancagem [alto volume de crédito frente ao seu capital], eu ficarei mais seguro. (...) É obrigação do Ministério da Fazenda zelar para qu o crescimento do crédito seja de longo prazo", disse ele.

Crescimento econômico sustentado
Segundo o ministro, a preocupação é em manter um patamar de crescimento sustentado para a economia brasileira acima de 5% ao ano. "O Brasil tem uma situação privilegiada, porque cresce com demanda forte e investimentos altos. A preocupação é que o crescimento prossiga em 2009 e 2010. Temos que preservar o mercado interno robusto e a manutenção dos investimentos. Queremos impedir que haja excessos", disse ele.

Além do setor automotivo, Mantega também se mostrou preocupado que outros dois setores da economia, o aço e o setor de cimento, que também crescem à taxas elevadas, mantenham o seu nível de investimentos e, com isso, consigam atender à demanda crescente pelos seus produtos. "É preciso saber se estes setores, que crescem de 15% a 25% ao ano, tenham condições de permanecer", disse ele. Acrescentou que o aumento dos investimentos será favorecido pela política industrial do governo, que pode sair nas próximas duas semanas.

Inflação
Questionado se sua principal preocupação seria com o aumento dos preços destes produtos, o ministro afirmou que não há "processo inflacionário preocupante no Brasil". A afirmação é feita duas semanas após a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na qual o colegiado responsável pela fixação dos juros brasileiros informou que discutiu um aumento de juros no início deste mês.

"O Brasil tem inflação controlada. A pressão vem de fora, das 'commodities' [produtos básicos, como alimentos, ferro e petróleo - que têm cotação internacional] agrícolas. Há uma pressão que vem de alimentos, mas estamos na iminência da colheita da safra, o que vai impactar os preços. Não vejo risco de inflação nem agora, nem em 2009 ou 2010", disse ele, ressaltando, porém, que as decisões sobre taxas de juros são de competência do BC.
fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL361764-9356,00.html

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